sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mulher com câncer rechaça aborto, salva-se e salva filhos

Whittier (Sexta-feira, 17-02-2012, Gaudium Press) Zoila Leiva, de Whittier, na Califórnia, enfrentou uma decisão de vida ou morte, como nenhuma outra em sua vida, aos 42 anos de vida e no quarto mês de uma gravidez de gêmeos. Em dezembro de 2007, ela foi diagnosticada com um câncer de seio avançado (etapa III) e seu médico lhe assegurou que a única opção para salvar sua vida era recorrer ao aborto de seus dois filhos.
Ela, já mãe de uma menina de 14 anos, negou-se a abortar e salvou sua vida e a vida dos gêmeos. Sua história seguiria sendo desconhecida, mas um estudo recém revelado sobre a segurança do tratamento de câncer de seio para mulheres grávidas a motivou a contatar os meios de comunicação e narrar sua experiência.
view.jpeg
Zoila Neiva, a protagonista da história, faz carinho em um dos gêmeos/ Foto: Zoila Neiva
No dia que transformaria os próximos meses em uma luta pela vida, as palavras de seu médico foram radicais: "A única forma de te tratar, a única forma de salvar sua vida, é o aborto". Um tumor em seu seio, que havia sido diagnosticado como benigno em fevereiro, era em dezembro um câncer que se espalhava para os gânglios linfáticos.
Após este diagnóstico, ela aceito assistir a uma palestra informativa sobre o procedimento de aborto, que, segundo os médicos, deveria ser realizado em menos de duas semanas. Saiu desta reunião horrorizada. Podia sentir seus filhos movendo-se dentro dela e ficou convencida de que era incapaz de acabar com suas vidas. "Morreria de depressão se os matasse naquele momento, pensei. Assim, nunca mais regressei a este centro médico", recorda.
Em vez disso, Zoila buscou alternativas. Com a ajuda da organização Hope for Two, buscou um oncologista disposto a tratá-la sem recorrer ao aborto. Uma equipe de médico, entre os quais se encontrava a doutora Elyce Cardonick, obstetra e especialista em medicina materna e fetal, lhe informou que poderia ser feito um tratamento normal com segurança, especialmente no caso dela, que já havia superado a terceira semana de gestação.
As sessões de quimioterapia começaram então e Zoila pôde exibir seu cabelo até a festa de 15 anos da filha. Após isso, o perdeu por completo. "Era uma verdadeira montanha russa, mas eu ia a minha 'quimio' com minha cabeça calva e o meu grande abdômen e de verdade tinha vontade de ir", comenta. Seus médicos comentam que sua valentia era um exemplo para as outras pacientes. "As pacientes grávidas são guerreiras", assegura a doutora Jane Kakkis, cirurgiã oncologista que atendeu a Zoila. "Preocupam-se com a sobrevivência de seus bebês, mas também querem viver, para poder cuidá-los", completa.
Os resultados do tratamento foram muito alentadores: após 12 semana de administração de medicamentos e quatro sessões de quimioterapia o tumor diminuiu até quase desaparecer. A maior preocupação da equipe médica era o estado de seus filhos, de quem se temia um peso muito baixo ao nascer (menos de um quilo cada) e que requereriam umas cinco semanas de cuidados intensivos após o parto. No entanto, Joel e Julian pesaram ao nascer cerca de 1,5kg e 2kg, respectivamente. "Respiravam sozinhos, comiam sozinhos. Eram crianças fortes e seguem sendo", recorda Zoila com alegria.
Após dar a luz, Zoila iniciou um tratamento mais agressivo e, depois de seis meses, submeteu-se a uma cirurgia. "Não queria correr riscos. Estes bebês precisam da mãe por muito tempo", diz. Joel e Julian têm hoje quatro anos de idade.

Novas evidências científicas

O estudo que motivou Zoila a contatar os meios de comunicação conclui precisamente o que ela constatou por experiência: as mulheres grávidas que adoecem de câncer de seio podem dar a luz normalmente, sem necessidade de antecipar o parto, nem adiar o tratamento.
O estudo, que foi publicado na revista The Lancet, uma das publicações de pesquisa médica mais reconhecidas do mundo, foi realizado por pesquisadores do Instituto de Câncer de Leuven, do Hospital Gasthuisberg e da Universidade Católica de Leuven, da Bélgica, e pela Clínica Offenbach, da Alemanha.
Os pesquisadores concluíram que os tratamentos de quimioterapia e cirurgia podem ser praticados com segurança após o primeiro trimestre de gravidez. Uma conclusão notável é que não há indícios de que o aborto aumente a possibilidade de que a mãe sobreviva à doença, como tem sido comumente sugerido nos debates legais em torno deste tema.
Mais ainda, a equipe afirma que o câncer de seio durante a gravidez não constitui uma emergência e que o tempo requerido para consular um equipe de especialistas não piora o prognóstico da doença. Os pesquisadores também recomendam informar adequadamente as mulheres e seus parceiros sobre estas alternativas de tratamento.
Este foi o motivo final que conduziu a Zoila a compartilhar sua experiência. "Quero que as mulheres saibam que há esperança e que podem salvar suas vidas e a de seus bebês também", afirmou. "O câncer não tem que ser uma sentença de morte", acrescentou.

Com informações da ABC News, Daily Mail e The Lancet.

Texto original: Miguel Farías.

Fonte: site Arautos do Evangelho/Gaudium Press - 2012/02/17

Nenhum comentário:

Postar um comentário